sábado, março 28, 2015

O único antídoto real – uma Cultura de Paz (sobre o acidente aéreo do dia 24/03/2015)




Depois do ataque terrorista de 11 de setembro nos EUA as empresas aéreas investiram na segurança da cabine do piloto. Ninguém pode entrar lá durante o vôo e a cabine fica trancada com segurança total. No caso muito triste deste último acidente aéreo da Germanwings justamente pela cabine ser tão segura e tão difícil de arrombar não foi possível que o piloto entrasse e salvasse o avião das mãos do copiloto, que ao que tudo indica intencionava o acidente. O mesmo procedimento que garante a segurança do avião em um caso (de terroristas invadirem a cabine), é o que contribui na causa do desastre em outro. Como é difícil controlar e se proteger da violência e insanidade de uma mente desiquilabrada. Os métodos que nossa sociedade utiliza acabam sendo “remendos” para que a vida “normal” possa continuar, como dizia o Frejat em sua música “apesar de tanta barbaridade...”. Não estamos indo na causa. Sua Santidade o Dalai Lama repete incansavelmente: “A tecnologia aliada a uma mente aflita e perturbada só aumentará o poder de destruição.” Quando é que nossa cultura vai assimilar que precisamos investir na causa dos desequilíbrios? Isso demanda uma mudança de paradigma profunda, onde possamos nos libertar desta ditadura do materialismo, onde nossos valores ficam invertidos e a verdadeira saúde mental e emocional do ser humano fica negligenciada. Precisamos investir numa Cultura de Paz, onde a mente e o equilibrio emocional sejam estudados de forma profunda. Onde o amor seja estimulado a florescer. Uma cultura que valorize o ser humano e seu bem estar sutil e espiritual. Deixando de lado o paradigma do ter para incrementar o ser. Onde possamos romper esta delusão de que precisamos de tanto consumismo que só nos leva a mais frustração e vazio interior. Entender que a felicidade e a paz que tanto buscamos está dentro, e não neste movimento elouquecido de buscar tudo o que precisamos do lado de fora. Perceber que estamos todos conectados em algum nível. Que não adianta eu buscar a minha felicidade de forma egóica e não pensar no bem estar do meu próximo. Grandes Mestres compassivos já nos ensinam a dedicar o mérito de nossas práticas para todos os seres, e que busquemos trazer benefícios para todos. Neste triste episódio bastou uma pessoa perturbada para tirar a vida de dezenas de outras. Não estamos separados, precisamos pensar de forma global. O que ainda falta para as pessoas perceberem – que não está dando certo! – A humanidade está caminhando para a sua auto-destruição. O planeta está agonizando. Estamos destruindo nossa única fonte de sobrevivência, nosso lar. Alguns insanos acreditam em fugir pra outro planeta... É pra isso que a tecnologia está sendo investida na exploração espacial? Então é assim que se pensa? “A gente destrói este aqui e depois fugimos pra outro porque podemos e temos tecnologia pra isso”. Na prática budista aprendemos a sempre nos perguntar qual a motivação que está nos levando a praticar qualquer ato que seja. E diante disto tudo eu me pergunto: "qual a motivação da ciência atual, baseada no paradigma materialista?" Esta pergunta é crucial. Como dizia o grande Mestre Yogue, o Professor Hermógenes: “Deus me livre ser normal”. Pois esta normalidade está nos levando a aniquilação, sofrimento e infelicidade absoluta. Rogo aos Budas e seres de Luz que realmente nos inspirem aqui neste planeta, para que possamos o mais rápido possível atingir uma massa crítica de seres de consciência expandida, compassiva e lúcida, que nos permita dar um salto quântico que eleve e salve todo este lindo planeta e nossa linda raça humana.